segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Fim da internação e minhas recaídas!


Fim dos 30 dias. Ele saiu da internação. Chegou na última sexta-feira, dia 31/08.

Pois bem, vamos aos fatos:

Quando digo que todos os dias entrego o controle da minha vida nas mãos do Senhor é porque realmente eu não quero ter esse controle novamente, e por mais que isso exija o maior sacrifício do mundo, eu continuo acreditando que Ele fará tudo dar certo. Falei com Deus e cheguei à conclusão de que não deveria mais procura-lo, pois isso não estava fazendo bem para mim, muito menos para ele. E disse para o Senhor que se fosse da vontade Dele, meu esposo viria me procurar pra gente conversar. Foi o que aconteceu. Não imaginam o quanto o meu dedinho coçava e o meu coração pulava no peito de vontade de ligar pra ele. Mas, ainda assim, eu resisti e confiei no Senhor. Se ele não viesse me procurar, amém!  Eu tentaria manter a serenidade até chegar o tempo dele. Pode até parecer bobeira o que eu estou falando, mas, para uma codependente controladora e manipuladora que sou, resolver não fazer nada e deixar Deus agir é uma sacrifício tremendo e, é só acreditando em um PS mesmo.

Na sexta-feira nós conversamos. Ele me disse que me amava demais e não queria mais me fazer sofrer, ainda que para isso ele precisasse ficar longe de mim. Eu disse que ainda o amava, mas, que o meu amor estava doente e por isso eu precisava fazer ele enxergar que a recuperação dele não poderia estar vinculada a mim, pois, eu não estou bem todos os dias, eu tenho TPM, fico doente, fico irritada e ainda posso morrer antes dele, e aí o que ele faria para lidar com a situação? Se entregaria de vez? Ele olhou para mim, me abraçou e começamos a chorar.

Eu estou uma maria-mole, muito sentimental e ainda de TPM....rsrs... Chorei muito e me arrependi de ter feito aquilo na frente dele, na verdade, não queria deixar transparecer uma mulher fraca diante da situação em que me encontrava, gostaria de demonstrar que eu já estava superando tudo aquilo, e que com ele ou sem ele, não faria diferença, o que importava era que eu estava vencendo. Senti-me uma mulher ridícula e fraca ao falar dos meus sentimentos para ele, em todo momento pensava: Isso é conversa de divã, não tem nada haver eu ficar falando isso pra ele. Mas, mesmo assim continuei a falar e chorar, perdi o controle da situação e recaí feio.

No sábado ele almoçou comigo e disse que a tarde iria jogar futebol. Já fiquei naquela né: Será que é futebol mesmo? Ainda assim, falei que tudo bem, afinal eu também iria sair. Antes de ir para a igreja, liguei pra ele (não sei para quê!) e ele não atendeu. Perdi o meu chão e o meu autocontrole escorreu pelas  mãos. Chorei, chorei e chorei! A hora que cheguei na minha mãe, ele estava lá me esperando, nem olhei para a cara dele e quando ele veio atrás de mim eu desabei a chorar novamente. Disse que não queria viver tudo aquilo de novo e que teríamos que resolver a situação de uma vez por todas e rapidamente, afinal ele poderia ter a liberdade dele e eu a minha. Sem ressentimentos e cobranças de nenhuma das partes. Mais uma vez recaí e pude perceber o quanto ainda estou fragilizada com a situação.

Ele saiu de casa no sábado dizendo que não iria me procurar no domingo, pois queria dar um tempo para a minha cabeça, pois sentia como se eu estivesse construindo o murinho da minha recuperação, aí ele chegava, dava um chute e destruía tudo o que eu já tinha construído até ali. Achou que talvez fosse melhor nos mantermos afastados para que eu pudesse me reestruturar.

Mas, ele não aguentou e tornou a me procurar no domingo. Disse que não conseguia ficar longe de mim e que ao meu lado ele se sentia bem e seguro, aí eu disse a ele, mais uma vez, que ele precisava trabalhar isso.

Saímos à noite e conversamos bastante sobre tudo o que estava acontecendo, sobre os nossos medos e frustrações, dessa vez sem choros, mas, com a maturidade que a situação exige. Ele me disse que sabe que tem um monte de gavião voando em cima de mim, caras mais sarados que ele, com uma situação financeira melhor que a dele e que não tinham os mesmos problemas que o dele ( rolou uma ceninha de ciúmes e vitimização). Fiquei quieta e pensei comigo: Mal sabe ele que eu não quero nada com esses caras, mas, não falei porque não queria encher a bola dele. Poderia também ter falado que tem as piriguetes também rondando a área, porém, preferi me controlar.  Percebi que nós temos medo de perder um ao outro. Eu tenho medo de perdê-lo para uma “piri” e ele tem medo de me perder para o “Ricardão”. Aí ficamos nesse chove e não molha...aff!

No meio de toda a nossa conversa, ele ainda me disse que me amava demais, não porque precisava de mim ou porque era bom estar ao meu lado, mas, porque nos pequenos detalhes ele pode perceber o quanto eu também o amava. Disse me amar porque eu consegui fazer com que ele enxergasse que a recuperação dele não depende de ninguém e disse me amar porque eu saí de casa e deixei ele com toda a situação que precisava enfrentar sozinho. Enfim...Ele pôde chegar ao seu fundo de poço e entender que a partir dali, tudo que ele fizesse deveria ser por ele.

Agradeci a Deus, porque em meio a tantas lutas e sofrimentos consegui ser forte e não ceder às suas manipulações, todas as vezes que me pedia para voltar para casa. Naquele momento, sabia que estava fazendo o certo e por mais que me doesse sustentar aquela situação. Eu consegui! Se eu tivesse voltado para casa, ele não teria começado o seu tratamento e com certeza já teria tido várias recaídas, porque para ele era muito cômodo. Ele saia, usava, depois me manipulava, chorava e eu perdoava porque ficava com pena e acreditava que daquela vez, realmente seria diferente.

E agora, vai ser diferente?! Sinceramente, eu ainda não tenho a resposta. Não quero mais criar expectativas com relação a mudança dele. Quero focar na minha mudança e no melhor de Deus para a minha vida. Quero viver um dia de cada vez e todos os dias entregar a direção nas mãos Dele. Quero viver dias melhores de paz e serenidade, sem muitos sonhos ou expectativas para o futuro e sim viver o meu maior presente que é o presente, o meu HOJE!

6 comentários:

  1. Nossa lindinha, quantas emoçoes! =) Fico muito feliz por saber que ele esta bem, me lembrei dos ultimos dias antes da internaçao, apesar das grandes emoçoes que vc's passaram esse fds, ele esta bem diferente né? Graças a Deus, e sinal de q vc agiu certinho. Continue assim amiga, tenho muito orgulho de acompanhar tua historia! =) Grande abraço

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    1. Oi Solzinha, também fico muito feliz com suas visitas :)...Ele está bem diferente, com uma outra cabeça, com certeza deram um chacoalhão nele lá na clínica, porque ele deve ter chegado lá como a vítima da história toda e na realidade fizeram ele perceber que a história não era bem essa.
      É isso amiga, não tô criando muitas expectativas em cima da recuperação dele... Estou aprendendo isso ainda. Estou tentando manter o foco na minha recuperação e o restante será consequência.

      Beijos querida, serenidade pra ti!

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  2. É companheira realmente não é facil, nos mantermos de pé sempre!!! Mas mesmo tendo as suas recaídas, o importante é que você está aprendendo com isso tudo... Logo, mais você conseguira não perder a serenidade em reações parecidas...
    Ainda não li todos os seus post's, mas parabéns por ter conseguido sair de casa e deixado ele perceber o quanto precisava se recuperar...
    Imagino o quanto, deve ter sido dificil tomar essa atitude....

    Tomara que tudo dê certo nessa nova etapa de vocês

    Beijo grande!

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    1. Oi Maria...É verdade, estou aprendendo muito mesmo, e ainda tenho muito o que aprender. A recuperação é pra sempre e disso já tenho consciência, mas creio que vivendo um dia de cada vez eu conseguirei atingir o meu objetivo.
      Maria, qualquer atitude a ser tomada é sempre muito difícil. Tanto a de ficar, quanto a de ir embora e é claro que a segunda é sempre a mais difícil, porque sempre ficamos com a sensação de que dá pra aguentar mais um pouquinho e com isso vamos procrastinando as nossas decisões. Passei por poucas e boas quando estava dentro de casa, mas, hoje sei que a minha decisão foi a melhor a ser tomada, tanto para mim, quanto para ele.

      Beijos querida.

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  3. Quanta provação em tão pouco tempo hein?
    Acredito que você está dando à ele a oportunidade de se recuperar, de buscar por ele mesmo a vontade de ficar bem, você está no caminho certo, mostrando para ele que não está disposta a ficar sofrendo mais com essa situação!!!
    Tamujuntas
    Beijos

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    1. Oi Giulli, os dias tem sido um pouco conturbados, mas estou aprendendo a manter a minha serenidade ainda que o furacão pareça que vai começar novamente. Amiga, não quero repetir os mesmos erros do passado, é pra isso que tenho,todos os dias, trabalhado em cima de minha recuperação. Não vou perder o foco, ainda que as recaídas façam parte do processo, eu vou me manter firme no propósito de vencer a batalha.

      Obrigada pela força.

      Beijos!

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