segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Entre erros e acertos

Último dia de 2012...É o ano está acabando...
Estou em um tempo de reflexão, acho que é natural nessa época do ano. Colocando na balança os erros e os acertos, crendo que o melhor ainda está reservado. Esperança sempre!
Faz 6 meses que estou vivendo longe do meu esposo, ou seja, o meu ano dividiu-se em antes e depois da separação. Até junho a minha vida era uma, depois disso, deu uma virada de 360º.
Não acredito em acasos e coincidências, pois, para mim tudo tem um propósito muito maior do que podemos imaginar. Se hoje estou passando pelo vale é porque assim DEus está permitindo, mas, sabe o que resolvi fazer? Deixar de olhar para o vale e começar a enxergar que o que DEus me reserva é infinitamente maior que eu possa imaginar. Percebi que enquanto eu estava olhando para o deserto, as coisas ficavam mais difíceis e a esperança parecia não existir mais.
Meu esposo e eu ainda estamos atravessando o nosso vale. Ele o dele e eu o meu.
O vale do meu marido ainda é as drogas. Isso me abala muito, mas decidi que SPH não vou olhar para o vale dele e sim para o que vem depois do vale. Tenho certeza de que DEus tem uma obra muito grande na vida dele, o que acontece é que nunca será no meu tempo e sim no Dele. A mim só resta ter o amor maduro para deixar com que ele arque com as próprias consequências e resolva assim voltar para Deus e enfim começar a sua recuperação. Eu acredito!
O meu vale é a minha codependência, a minha falta de identidade, a minha vontade de mudá-lo e fazer com que ele entre em recuperação de qualquer jeito. Não suporto mais vê-lo desse jeito. Porém, continuarei entregando nas mãos do Senhor para que Ele me guie e me oriente sempre sempre quanto as melhores decisões.
Uma vez ouvi que quando a gente entrega o que pra gente é impossível nas mãos de Deus é aí que o milagre acontece, pois, por ser impossível ficamos fracos e nos entregamos verdadeiramente ao Senhor. É isso que tenho feito. O que parece ser impossível por parte de todos, minha família, a família dele as pessoas que o vêem, para mim não é...Eu acredito na recuperação dele. Eu acredito que ele vai ficar bem...Eu quero acreditar nisso.
E se pra isso for necessário que ele chegue um pouquinho mais no fundo do poço que assim seja. A obra que Deus começou ainda não está acabada!
Enquanto há vida, há esperança.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Vale a pena ler!

Dependência e codependência

A dificuldade em colocar limites é um problema para muita gente.
 
 
Muitas pessoas encontram-se vivendo relacionamentos nocivos. Tais relações são aquelas em que ocorrem sérios desequilíbrios entre as pessoas envolvidas. Geralmente, de um lado, há alguém aparentemente bastante zeloso e responsável; e, de outro, um indivíduo que é exatamente o oposto disso. Assim é o pai que resolve todos os problemas do filho inconsequente; a mulher que suporta as armações do marido em nome da fidelidade conjugal; o trabalhador que carrega nas costas o fardo deixado por um colega negligente. Nesse tipo de relacionamentos, geralmente predomina a falta de limites. E, mais grave ainda é que, com frequência, um dos lados sempre arca com as consequências de escolhas e atos irresponsáveis de alguém que lhe é próximo.
A dificuldade em colocar limites para o outro é um problema para muita gente. As justificativas podem variar um pouco, mas todas apontam numa mesma direção: como o outro vai mudar se não o socorrermos e prestarmos ajuda? De que maneira vai mudar sua atitude e comportamento se deixado sozinho? Com desculpas desse tipo, muitos se tornam codependentes daqueles que se acostumaram a ter alguém sempre resolvendo os problemas criados, mesmo manifestando contrariedade. Relacionamentos assim formam uma espécie de engate, onde um necessita do dano e outro precisa da recriminação. E assim a dependência e a codependência se alimentam, às vezes por toda uma vida.
Impossível deixar de lembrar a parábola do filho pródigo, registrada no evangelho de Lucas. O contexto da época indica que aquele pai da história contada por Jesus não queria dividir a herança dos filhos antes da hora – mas acabou cedendo. O rapaz viveu como bem quis e gastou o dinheiro sem controle nenhum, até ficar sem nada. Contudo, o pai, ainda que saudoso e angustiado pela ausência do filho, nada fez para resolver seu problema. Teve estrutura e recursos internos para aguentar a dor de saber que ele sofreria as consequências das suas próprias escolhas. E foi justamente a ausência do socorro paterno que permitiu que aquele jovem experimentasse o desespero decorrente de sua própria insensatez.
Na dor da angústia, o rapaz caiu em si e lembrou-se do conforto da casa do pai. Imediatamente, tomou o caminho de volta, arrependido. Consciente de sua falha, resolveu até abrir mão da sua condição de filho e fazer parte da criadagem do pai. A parábola é uma ilustração do amor de Deus para conosco, aquele tipo de amor maduro, que deixa o outro livre para escolher e aprender com suas próprias decisões. O mesmo amor que se dispõe a receber de braços abertos o penitente, desde que haja um verdadeiro arrependimento e disposição para uma nova atitude e um novo comportamento.
Normalmente, pessoas que desenvolveram um comportamento nocivo e irresponsável, quando percebem o fracasso, acusam e culpam os outros por aquilo que é sua responsabilidade. E, enquanto considerar que a culpa é “do outro”, nenhuma pessoa se empenhará para promover mudanças em si mesma. Outros usam de manipulação, ameaçando sonegar afeto e rejeitar os familiares ou parceiros; e há ainda os que agem com agressividade, e às vezes até violência, intimidando e forçando aqueles que os cercam a se submeterem mais facilmente.
Só deixa a codependência quem fortalece a si próprio, preparando-se para enfrentar acusações e julgamentos injustos. É necessário, também, estar pronto para suportar um possível distanciamento, e por vezes até a rejeição, diante da decisão de deixar o outro entregue a si mesmo. E, corajosamente, suportar o mal estar de estabelecer limites, não cedendo a nenhum tipo de pressão que possa vir de quem se tornou dependente, sabendo que há uma chance para a mudança de quem experimenta na própria pele os danos das escolhas erradas.
Certo pai, cansado da falta de responsabilidade do filho – que tinha um péssimo rendimento universitário por conta das noitadas e frequentes bebedeiras – e de fazer tudo o que podia para fazê-lo melhorar, estava a ponto de desistir. Até que um dia, depois de muito refletir, resolveu liberar o filho para fazer suas escolhas. E fez o seguinte discurso: “Meu filho, quero estar do seu lado, mas daqui para frente é você quem vai escolher onde vai desfrutar dessa companhia. Pode ser na sarjeta, no hospital ou na cadeia; também pode ser num trabalho onde se sinta realizado, no banco escolar ou aqui em casa. Só que não vou mais resolver os problemas que você tiver causado a você mesmo. Saiba, contudo, que estarei sempre disponível e por perto. A escolha é sua.”

http://cristianismohoje.com.br/interna.php?id_conteudo=706&subcanal=54