segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Caminhando...

Bom dia pessoal! Faz tempo que não passo por aqui, mas, há alguns dias vem batendo em mim a vontade de escrever, porém, só agora estou tendo um tempinho. Minha vida está uma correria só. Está corrida, mas, graças a Deus tem melhorado a cada dia mais e SPH estou bem. Com passinhos de formiga mesmo, tenho caminhado e provado o melhor de Deus para minha vida. E tenho certeza de que ainda não pararei por aqui.
Durante este tempo em que me ausentei, muitas coisas aconteceram. Mas, no geral posso dizer que estou bem e com grandes expectativas para o ano que irá se iniciar. Tenho certeza de que vai ser o ano da minha virada de vida. Já estou crendo que dias melhores, com certeza virão.  Em minha vida profissional, estou a apenas um passo de uma grande realização. Estou muito feliz com isso e, mais ainda, por saber que essa conquista veio em meio às turbulências da adicção ativa do meu ex. No meio do deserto em que minha vida se encontrava devido à adicção x codependência consegui colher flores. Consegui mudar o foco e dar o pontapé inicial para uma grande virada em minha vida. Sim! Eu sinto orgulho de mim, mas, mais do que isso sou muito grata a um Deus maior que pôde proporcionar cada vitória em minha vida. Por isso, hoje tudo que faço coloco Ele sempre em primeiro lugar e assim posso sentir o seu cuidado para comigo. É bom demais viver desta maneira. Deus não somente escuta as nossas orações, mas, presta atenção em tudo o que nós estamos pedindo. Ele é simplesmente MA-RA-VI-LHO-SO.
Agora vamos ao desenrolar da história:
Como postei da última vez aqui, ele estava limpo, mas, não em recuperação. O fato é que ele recaiu novamente. Ficou uns dias em uso e depois foi levado daqui para casa de familiares em outro estado. Não sei como ele está agora e, sinceramente, fico melhor quando não tenho contato com ele. Ao seu redor existe uma rede de superprotetores que não permitem a sua chegada ao fundo do poço. Pais e familiares facilitadores que passam a mão na cabeça e o tratam como um doente coitado. Infelizmente, a família dele acha que não precisa de ajuda. Ele continua manipulando a todos e eu fui apenas uma peça do tabuleiro que deixou o ciclo, mas, em compensação, em meu lugar entraram outros. Eu sei... Ele ainda não quer a recuperação, mas, sim ficar limpo para passar um pano e ver se rola ter a vida dele de volta. Bom , pelo menos quanto a mim, estou firme em minha decisão. SPH eu não quero mais! Eu já sei onde isso vai dar, então, pra que desperdiçar mais tempo da minha vida.
Já dei 1,2, 10, 20 chances e nada mudou. Seria insanidade de minha parte continuar repetindo os mesmos erros.
Hoje eu estou bem. Na verdade estou aprendendo a me conhecer e aprendendo a enxergar o potencial que tenho para ser feliz independente do outro estar feliz ou não. Estou começando a separar a minha vida da dele. O processo é longo e doloroso, mas, não existe outro caminho a não ser se jogar.
Cada um tem o seu tempo. Às vezes acho que demorei tempo demais para levantar, mas, rapidamente olho para mim e simplesmente me aceito da maneira como eu sou. Um ano três meses após o nosso rompimento, comecei a perceber que eu precisava, de alguma maneira, sacudir a poeira e estar aberta para o novo que já estava reservado para minha vida. Sim pode parecer muito tempo para alguém ficar se lamentando, mas, este foi o meu tempo e ponto final. Foi o tempo necessário para que as mudanças definitivas começassem a ocorrer. EU ME ACEITO.
Voltei as minhas terapias semanais e isso tem sido de grande ajuda para a minha recuperação. Cheguei com a mente aberta e realmente disposta a seguir o sugerido. Falo pra minha terapeuta: Não sei onde vai dar, mas, eu quero ir. Quero arriscar, quero ser livre e estar aberta para receber tudo o que Deus tem para mim.
Cheguei lá com a auto-estima no chinelo e achando que não era merecedora de grandes coisas. Cheia de pré-conceitos e falta de aceitação comigo mesma e com o outro. Tinha ideias formadas, as quais foram, e ainda estão, caindo por terra, de acordo com o que vou caminhando.
Sei que o caminho da recuperação tem que ser trilhado com passos de formiga, mas, mais importante que isso é o início dessa caminhada. E isso, eu já comecei. Sei que o caminho é longo, sei que existirão pedras, sei que às vezes irei tropeçar. Mas, só por hoje me permito viver um dia de cada vez e com a autoridade que tenho sobre a minha vida, ouso dizer: Só Por Hoje ficarei de pé!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Está limpo, mas, não em recuperação....

Ele está limpo...mas, longe de estar em recuperação. Já está se achando o "curado" da doença e diz que desse mal ele não sofre mais. Espero em Deus que ele consiga. Afinal, desejo muito o seu bem. Como havia dito ele estava em outro Estado, na casa de sua família.Mas, já voltou para cá. Já havia dito ao telefone para que ele não me procurasse pois, o que tinha acontecido para mim havia sido muito grave e que eu não estava disposta a tentar novamente. Como sempre, ele me pediu perdão e disse que só fez aquilo por causa da droga, mas, que jamais teria a coragem de fazer algo de ruim para mim...Tá bom gente! Vamos dizer que o uso de drogas tenha ocasionado isso, maaassss, quem se deixou afundar no mundo das drogas foi o próprio. Logo...escolhas erradas, atitudes erradas.
Agora, ele segue limpo, acredito que há pouco mais de um mês. Está limpo porque ele quis ficar e acredito eu, que talvez, tenha chegado ao seu fundo de poço. Não foi internado e não tem seguido nenhum programa, mas, está limpo. Isso é o que importa? Talvez pra ele seja. Não sei. Cada caso é um caso. Mas, assim como enxergo vários pontos a melhorar em mim, também enxergo nele.  
Nós temos uma casa juntos, que havíamos comprado na planta e agora essa casa já está pronta, e cheia de dívidas também. Em sua época de adicção desenfreada ele , simplesmente, deixou de pagar as prestações. Comentei com ele sobre o assunto e pedi para ele verificar a situação. Bom...a construtora emitiu uma 2ª via de boleto e ele pediu para mandar no meu email, pois, segundo ele, seus e-mails estão bloqueados. Imprimi o boleto e passei para deixar na casa dele. Em princípio, iria deixar na caixinha de correio, mas, quando cheguei lá, seu pai estava no portão e pedi para que ele o entregasse. Não pedi para chamá-lo e nem perguntei por nada, apenas pedi por favor para que entregasse o boleto a ele. Junto ao boleto deixei um folder com a programação para dependentes químicos que ocorre em minha igreja, que segundo ele, estava muito afim de participar.
Pois bem, cheguei em casa o telefone tocou. Era ele. Indignado. Como eu não havia chamado ele para conversar? O pai dele não tem nada haver com os nossos assuntos! E que era pra eu ir ao banco junto com ele para pagar o boleto, pois afinal era coisa nossa. Mas, já que eu não tinha feito isso, ele não iria pagar o boleto e ,de tabela, meu nome iria ficar sujo também.
Não dá pra acreditar. Disse a ele que isso que ele estava falando para mim era ridículo e que para mim essa era uma atitude de quem não quer nada. Desligamos o telefone.
Agora, na boa, isso é atitude de quem está em recuperação? Ele continua com suas manipulações em que na verdade ele está querendo a presa de volta e nada mais. Ele está tentando me seduzir se fazendo de bom moço pra ver se caio na lábia dele. Mas, ele não consegue sustentar isso por muito tempo, a máscara cai facilmente. Chantagem comigo?! Não cola mais. Já colou e muuuuito! Mas, agora não dá mais.
Continuo na minha caminhada, as vezes acho que em passos de tartaruga. As vezes acho que não aprendi nada...Mas, SPH continuarei andando. Minha terapeuta diz assim pra mim: Ainda que doa, continue!
É isso gente...acho que a dor é uma parte inevitável nessa caminhada, afinal, não é fácil ter que aprender tudo de novo. Reinventar uma nova maneira de viver parece realmente ser muito complicado. Crescemos com muitas falsas verdades e deixar de acreditar em tudo que se considerava verdadeiro, para olhar de um modo diferente é muuuuito difícil. Mas, vamos lá...SPH!

terça-feira, 30 de julho de 2013

Codependente: Controlador ou Controlado?

Boa noite galerinha...
Por aqui as coisas vão caminhando e já estou melhor que da última vez em que postei...Ainda tenho que ajeitar uma coisa aqui e outra ali, mas, creio que vou conseguir resolver tudo da melhor maneira possível. Como eu disse: coisas boas também aconteceram, afinal nada acontece por acaso, mas,assim que estiver tudo certo venho aqui compartilhar com vocês.

Gostaria de lhes informar que a "margarida" apareceu! rsrs...Ele está em outro estado, na casa de familiares. Precisou dar um tempo daqui pois parece que as coisas realmente não estavam legais para o lado dele. Pelo que fiquei sabendo ele está limpo e já querendo voltar para cá, mas, parece-me que seus pais não estão permitindo. Que assim seja! Acho que de longe e sabendo que ele está bem, eu sofro menos. Independente de tudo, sempre irei desejar o melhor para ele, assim como desejo para mim. Oro para que possamos encontrar os nossos verdadeiros caminhos e nossa verdadeira identidade.

Mas, o motivo que me traz aqui hoje é outro: Como nós sabemos que temos que continuar sempre voltando, estou lendo mais uma vez o livro Co-dependência nunca mais, de Melody Beattie. Acho esse livro incrível e posso até arriscar a dizer que é um manual para todo codependente que quer assumir o controle de sua vida novamente. Realmente fantástico! Quem já leu sabe do que estou falando.

A autora expressa muito bem o conceito e o contexto da codependência. Em um trecho, lido por mim essa semana, Melody relata a conversa que presenciou entre um casal,em uma reunião aberta , cujo esposo era alcoólico:

- Você me acusa de tentar controlá-lo, e acho que está certo-disse ela. - Já fui com você a bares para que não bebesse tanto. Deixei-o vir para casa quando estava bêbado e violento, para que não bebesse mais ou ferisse a si mesmo. Já medi suas bebidas, bebi com você ( e odeio beber), escondi suas garrafas e levei-o ao Alcoólicos Anônimos.
E acrescentou:
- Mas a verdade é que você sempre me controlou. Com todas aquelas cartas da prisão dizendo o que eu queria ouvir. Com todas aquelas promessas, todas aquelas palavras. Cada vez que estou prestes a deixá-lo, a ir embora para sempre, você faz coisas ou diz as palavras certas para que eu não vá. Sabe muito bem o que eu quero ouvir, e diz tudo direitinho. Mas você nunca muda. E nunca teve a intenção de mudar. Só quer controlar-me.
Ele deu um meio sorriso e concordou.
-Sim, tenho tentado controlar você. E tenho feito um bom trabalho quanto a isso. 

Caramba! Como eu me identifiquei com isso! Tanto é que sempre me achei uma pessoa super controladora, mas, a verdade é que na sede de controlar, quem acabava sendo controlada era eu.
Controlada por ele, controlada pela doença dele. Eu realmente estava sem o controle da minha vida.
Quantas vezes já estive prestes a colocar um ponto final e ele vinha com todas as palavras doces que eu precisava ouvir e eu já mudava de ideia. Ah! dessa vez vai ser diferente,eu acreditava! E mais uma vez alimentava aquele ciclo doentio. Já sabia onde iria parar, mas, sempre queria tentar novamente. Dizem que o pior cego é aquele que não quer enxergar né? Pois é, eu me sentia assim.
Eu já fiz de tudo para tentar controlar a doença dele: Amei, odiei, cuidei, manipulei,chantageei , isolei, abandonei, permaneci, saí, chorei, abracei, acalmei, humilhei, encorajei, desencorajei, disse palavras bonitas, disse palavras feias, fui perseguidora, fui vítima...Nada! Nada! Nada disso adiantou! Pelo menos não para atingir o objetivo que eu desejava. Não "consegui" levá-lo ao tratamento. Não "consegui" fazer dele o homem que eu queria. Não "consegui" fazer dele o pai ideal para os meus filhos. Definitivamente, não consegui nada em relação às mudanças que planejei para a vida dele, mas, em contrapartida, consegui gastar energias que deveriam estar sendo gastas em outro lugar: na minha vida!
Isso me leva, mais uma vez, a conclusão que eu só posso mudar a mim mesma e que toda a energia que eu gastar para mudar o outro será utilizada em vão, pois, não sou responsável e nem tenho o poder para tal.
Saber que eu vivi assim por longos períodos da minha vida me entristece, mas, ao mesmo tempo me encoraja a querer mudar  e não mais repetir os mesmos erros. O que passou, passou! Não volta mais... Embora, por vezes, me bata o desejo de voltar e fazer tudo diferente, sei que isso já não é mais possível. Então...o negócio agora é viver o hoje e acreditar que o amanhã será bem melhor.

Desejo bons momentos a todos ...

Fiquem na paz!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Parte II - O começo do fim


Bom...como havia dito no post anterior...a situação ficou complicada.
Quando ele veio atrás de mim, pela terceira vez, mais uma vez pulou o portão da minha casa. Já eram quase duas da manhã. Meu irmão levanta às 05h para trabalhar e ele não estava deixando ninguém dormir. Já sem paciência, meu irmão levantou e mais uma vez pediu para que ele se retirasse. Ele não aceitou e começou a afrontar o meu irmão. Disse que não era para o meu irmão se meter em briga de marido e mulher e deu um soco no rosto do meu irmão.
Meu irmão, sempre foi uma pessoa muito tranquila e nunca brigou, nem na escola. Mas, na hora que ele levou o soco, o sangue subiu e ele revidou. Os dois entraram em luta corporal. Foi horrível. Resultado disso foi olho roxo, costela e dedos quebrados. Os dois saíram feridos.
Ele saiu de casa ameaçando o meu irmão e dizendo que iria matá-lo. Meu irmão chamou a polícia e eles foram até a casa dele fazer uma geral. No dia seguinte, meu irmão foi até a delegacia e fez um B.O.
A partir daí, tudo mudou pois ele não estava mexendo mais só comigo e sim com a minha família também. Passamos dias de sufoco por aqui, principalmente minha mãe e eu, pois ele com essas ameaças estava aterrorizando todos. Chegamos a dormir algumas noites fora de casa, pois, qualquer barulho que ouvíamos de carro correndo na rua ou o telefone tocar, era o suficiente para estragar a nossa noite. Meu corpo respondia a tudo isso. Sentia tremores, dor no peito,dor de barriga, dor de cabeça e a terrível insônia. Resumidamente: Eu não estava vivendo e o que é pior, sentia raiva de mim, pois de certa forma, estava permitindo que ele estivesse no controle da minha vida.
Desde esse dia, toda a esperança que “ainda” tinha no nosso relacionamento foi para o ralo. Mas, ele ainda não se contentou.
Começou a me seguir, me fechava com o carro no meio da rua ou ficava andando nas redondezas até a hora que eu chegasse do trabalho. Tudo com qual desculpa: Eu preciso de vc e estou te implorando para me levar para a clínica! Como toda boa codependente a minha necessidade de ser necessária na vida de outra pessoa, começava a gritar toda vez que ele falava isso comigo. Mas, ao mesmo tempo, todas as vezes que ele falou que queria ir para a clínica e eu chegava junto, ele arrumava alguma desculpa para não ir. Então...resolvi dizer para ele que se quisesse ir, poderia ir, pois, ele não precisava de mim para isso. Quem quer se recuperar de verdade, arruma um jeito e não fica dando desculpas como ele anda fazendo. Aí começava o chororô. Como eu já disse, percebo que ele tenta me controlar de todas as maneiras. Quem sabe uma não cole né?! Embora, eu me sentisse mal depois, optei por continuar mantendo uma postura firme diante dele. Afinal, as coisas, dessa vez, não seriam do jeito que ele queria.
Ele realmente ão aceitava o tratamento e também não queria me perder. Queria ter as duas coisas, como teve por um bom tempo. E eu me mantendo sempre irredutível. Para mim, o que ele tinha feito já era o fim. Mas, ainda não era!
Em uma quarta-feira, estava voltando da igreja e ele em mais de suas perseguições, chegou em casa junto comigo. Eu já entrei com o carro e ele ficou do lado de fora do portão. Pediu para que eu saísse, pois, queria apenas conversar. Mesmo contra vontade, acabei cedendo. Ele estava encostado no carro e começou a querer me explicar porque não poderia ir para a internação. E eu, só ouvindo. Chegou um hora que ele pediu para que eu entrasse no carro, pois, ele não queria ficar conversando na rua.
Eu: Não vou entrar no carro
Ele: Entra
Eu: Não
Ele: Se eu disser para vc que vc vai entrar
Quando percebi o tom ameaçador, virei as costas e estava entrando para dentro de casa. Ele veio atrás de mim, levantou a camisa e me mostrou uma arma. Puxou-me pelo braço e me arrastou até a porta do carro. Nesta hora, comecei a gritar. Minha mãe e minha cunhada chegaram e enfrentaram-no.  Ele dizia que só iria conversar comigo e não iria fazer nada, que não era pra ninguém se meter. Minha cunhada, então, pegou o telefone e ligou para a polícia. Ele me soltou e foi embora.
A polícia chegou e como não houve flagrante nada poderia fazer.
Mas, no outro dia precisei ir até a delegacia. Aquilo para mim tinha sido o fim de verdade!
Nunca imaginei passar por uma situação dessas com a pessoa que eu havia feito sonhos de uma vida inteira.
Mesmo com muita dor no coração, precisei registrar um Boletim de Ocorrência e solicitei uma medida protetiva para que ele mantivesse distância de mim. Ele iria ser intimado e receber o documento que proibiria a sua aproximação de mim, por x metros.
Não tinha mais jeito. Segurei até quando foi possível.
Nesse mesmo, que fui a delegacia, tinha terapia. Cheguei lá com o coração partido e ainda com um sentimento de culpa, por ter feito aquilo. Afinal, na minha cabeça, ele está doente e por isso está agindo de maneira irracional. Minha terapeuta me tranquilizou e disse que eu fiz o que precisava ser feito e que era pra não ficar pensando que estava fazendo o mal pra, mas, sim o bem, pois ele precisava entender que não pode sair por aí fazendo o que bem entender e não receber nenhuma punição. Você fez o que era certo, ela me disse. Orientou-me ainda, a não atender mais telefonemas dele, pois, o meu corpo estava reagindo de uma maneira muito negativa e isso estava sendo prejudicial para minha saúde. Ela disse: Você não precisa atendê-lo.  E dessa maneira, eu comecei a agir.
Ele me ligava e eu desligava. Ele me chamava eu não atendia. Me mandava email, eu apagava.
Decidi fazer isso por mim.
Já estou há quase duas semanas sem notícias suas. Não sei se está bem ou mal e ainda não sei se já foi intimado.
Ele parou de me procurar...não me liga, não manda mais email e não vai mais na minha casa.
Deveria estar bem e me sentido em paz né?! Mas, confesso que não estou e também já sei o porquê! Ele é a minha droga preferida e a sua ausência está me colocando em processo de abstinência.

SPH eu vou seguir em frente sem olhar para trás!
Beijos e bom dia a todos!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Parte I - Começando do começo

Por aqui as coisas vão caminhando. Não sei para onde estou indo, mas, sei que quero chegar ao outro lado.
Desde a minha última postagem, muitas coisas aconteceram e pra falar a verdade nem sei por onde começar. Mas, vamos lá. Pelo começo né?!
Depois que ele saiu da clínica, em que ficou por poucos dias, conseguiu ficar por um tempo limpo, estava indo na igreja e mostrando sinais de mudança. Resolvi então, dar uma outra oportunidade a nós. Voltamos a nos entender, cada um em sua casa e assim ficamos juntos por 2 meses. Sim! Foi o tempo que durou. Ele pegou uma grana na mão, não soube administrar e lá foi ele de novo. Não vou dizer nem que foi recaída, pois ele não ficou nem 3 meses limpo, então continuou na ativa mesmo. Escolha dele mais uma vez e mais uma vez o meu afastamento.
Quando voltamos a conversar, deixei bem claro pra ele que não poderia passar por toda aquela situação de novo. Logo, se ele fez a escolha dele, eu também fiz a minha.
Para mim, a pior parte não é o fato dele ter voltado ao uso, mas, sim o fato de querer continuar me enganando ao dizer que foi forçado a usar por outras pessoas. Na real, não acredito mais em papai noel e nem em coelhinho da páscoa, foi o que disse a ele. E assim, o nosso relacionamento, mais uma vez, foi rompido. Senti toda aquela dor novamente e confesso que me arrependi de ter dado mais uma chance, pois, no fundo já sabia onde iria terminar.Tudo isso acabou gerando mais desgaste para mim e para ele.
Mesmo em meio a tudo isso, ainda tentei "tirá-lo" de onde ele estava se enfiando. Ofereci ajuda, mas, ele  não quis. Dizia que não poderia sair porque tinha que acertar primeiro umas coisas aqui fora, mas, que queria sim sair dessa vida. Só que "essas coisas" que ele arrumou nunca acabava e com isso ele nunca aceitava a internação. Um belo dia, ele resolveu "aceitar", mas, que só iria se fosse comigo. Detalhe: Ele estava me ameaçando de morte porque acha que eu tenho outra pessoa. Mesmo assim, corri o risco e fui até ele. Cheguei lá vi as clínicas e falei com ele: vamos agora! Era noite e seus pais, como sempre mega facilitadores, disseram que naquela hora não era legal. Ainda assim, ligamos para o diretor da clínica e ele disse que eu poderia chegar naquela hora sim. No começo, ele relutou um pouco, mas, depois acabou cedendo e aceitou. Ou quer dizer, fingiu que aceitou. Eu vim pra casa, tomar um banho e ele ficou também de tomar um banho e arrumar as coisas para irmos até a clínica.
Eu cheguei em casa nem tinha entrado no banheiro e ele já começou a falar um monte de coisas e colocar um monte de empecilhos, ele estava completamente alucinado, vendo coisas, ouvindo vozes, gritando comigo. Loucura total. 
Perguntei a ele: Já arrumou as suas coisas? Ele: Não. Eu: Vai arrumar precisamos ir. Ele: Ah, não vou arrumar agora não. Primeiro eu vou fumar todas as pedras que eu tenho aqui.
Nossa, meu sangue subiu...mas, decidi não falar nada. Apenas disse: Ah é! então tá bom!
Senti uma raiva muito grande e percebi que ele não estava querendo parar com nada, mas, sim me manipular. 
Desliguei os telefones da tomada e meu celular também. Isso aconteceu por volta de 01 hora da manhã, então pensei, se ele quer usar...deixa ele usar a vontade. Escolha dele! Eu preciso e vou dormir. Massss, quem disse que ele iria se contentar?  
Ele veio atrás de mim a primeira vez, "mandando" eu entrar no carro para que eu o levasse até a clínica. Seu pai estava junto, aí eu disse para ele passar o carro para o pai, porque se não eu não iria entrar. Ele se recusou e eu também me recusei. Foi embora como um louco dentro do carro. Ele só anda a milhão no carro e não quer nem saber quem está na frente dele.
Ele veio atrás de mim a segunda vez...pulou o portão da minha casa, mas, não falava coisa com coisa. Ele estava muito louco. Meu irmão viu e pediu para ele sair, pois, ele não tinha o direito de entrar em casa, sem ser convidado. Ele começou a afrontar o meu irmão e falou para mim pedir para o meu irmão não mexer com ele, porque se não ele iria matá-lo. Falei para o meu irmão que estava tudo bem e ele ficou observando de longe então. O resumo dessa conversa foi: Estou te esperando lá em casa hein G.!, mas, não foi em um tom carinhoso, mas, sim em um tom ameaçador. Conclusão: Eu não fui. Não tinha condições! Eu já sabia que ele não iria para a clínica!
Ele veio atrás de mim pela terceira vez! Dessa vez o negócio ficou mais complicado e começou então um novo episódio...

Continuo no próximo post porque a história é longa. Aos poucos vou atualizando por aqui.

Beijos a todos. 


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Internação, negação e saída....

Tanto tempo sem passar por aqui... Precisava me levantar e entender o que realmente está passando na minha vida. Meus dias têm sido instáveis, ora tô legal, ora tô desesperada, porém nas horas de desespero tento não perder o foco; vou ler a bíblia ou algum livro de auto-ajuda e logo fico bem novamente e firme na minha decisão.
Minha vida tem seguido um fluxo legal, voltei pra academia e estou bem com o meu corpo, esse ano participarei da encenação da Paixão de Cristo em minha igreja e tenho ensaiado bastante, o que ocupa a minha cabeça e, além disso, volto a fazer cursinho preparatório para um concurso agora em março, ou seja, o meu foco “está” mudando, digo está, porque ainda não mudou completamente. Ainda penso muito nele e com isso a minha prepotência aflora dizendo que eu sou capaz de transformá-lo, se tão somente, der mais uma chance para que ele me mostre isso. Afinal, comigo as coisas ficam mais fáceis né?! Pois seria uma motivação a mais para ele deixar o uso! Confesso que, de vez em quando, esses pensamentos assombram a minha rotininha por aqui.
Ele ainda me procura todos os dias dizendo que me ama e que vai ser melhor de agora em diante, afinal, agora que ele tem Jesus verdadeiramente em seu coração, ele é um novo homem. Já ouvi essa história outras vezes.
Na segunda-feira de carnaval (11/02) levei ele para a clínica, pois, ele pediu para ser internado. Me ligou às 04h00 da manhã, na verdade, seu pai quem falou comigo. Combinamos então de ir para a clínica por volta de 06h30 da manhã. Ok! Passei lá e fui leva-lo. É uma clínica evangélica, que não se permite nem o uso do cigarro. Ciente disso ele resolveu ficar.
Voltei para a casa com seu pai e no meio do caminho viemos conversando sobre a situação e que assim seria melhor para ele, pois aqui fora ele está usando demais e chegava a sair até 3 vezes durante uma noite para buscar mais entorpecentes e consumir a noite inteira dentro do quarto. Essa era a situação! Disse ao pai dele que ele iria pedir para sair e que nessa hora ele precisava ser rígido com ele para o seu próprio bem. Ele disse entender e que precisava sim agir dessa menira.
Pois bem, a belezinha quando se internou disse estar resfriado, mas, que mesmo assim queria ficar lá porque se não ele sairia para fazer coisa errada, como ele diz. O que acontece é que no outro dia, quando meu sogro foi levar umas roupas a mais lá na clínica, ele pediu para o pai leva-lo até um hospital, pois, ele estava muito mal e não estava conseguindo ficar lá. O que o pai fez? Trouxe ele para casa com a promessa de que ele iria para o hospital e retornaria em seguida, no mesmo dia. Ele não foi para o hospital, tão pouco retornou no mesmo dia. No dia seguinte, liguei na clínica e fiquei sabendo do ocorrido. Liguei para e ele me disse estar muito mal, que nem conseguia ficar em pé. Fui até sua casa, ver o que estava ocorrendo, de verdade pensei em pneumonia, afinal o crack atinge diretamente os pulmões. Perguntei se tinha ido ao médico e ele disse que não, mas, que iria naquele dia e voltaria para a clínica. Falei pra ele: Se arruma que vou te levar. Assim foi, ele estava apenas com sinusite. Lá no hospital, ele queria que eu ficasse dando a mão pra ele, tratando com carinho, como se realmente fosse sua esposa. Claro que não aceitei e então quando chegamos em casa, ele já tinha um motivo para não querer voltar para a clínica e começou a dizer que só estava indo por minha causa e etc... Disse que não precisava de clínica, pois, por minha causa ele já tinha até parado de fumar. Ok, claro que acreditei né?!haha...Fui embora com ele dizendo que não precisava ficar lá, mas, que iria voltar no dia seguinte. Mas, como Deus é bom demais! A verdade logo surgiu. Sua habilitação ficou no meu carro e por isso voltei até sua casa para devolvê-la e adivinhem?! Ele tinha saído. Falou para o pai que foi comprar cigarro! Acho que ele pensa que está escrito: IDIOTA na minha testa, não é possível.
No outro dia ele me ligou com a cara mais deslavada do mundo, se achando o dono da razão e perguntando se eu não tinha nada pra falar, em um tom de ignorância, como se eu tivesse feito tudo errado na noite anterior. Eu disse que não tinha nada pra falar com ele e pensei que ele nem fosse mais para a clínica. Ele foi, maaaaaaaaaaaaaass, só ficou dois dias e veio embora, colocando mil e um defeitos nos internos e nos monitores. Só ele que é o bom e papai o trouxe novamente para casa. Agora ele está lá, dizendo que vai conseguir um dia de cada vez e todas as histórias que eu já conheço para cima de mim.
A verdade é que ele ainda não quer e enquanto ele não quiser, não tem santo que o faça entrar em recuperação Quando ele foi para a clínica, confesso que esperei surgir um novo homem, mas, quebrei a cara e cheguei a conclusão de que se ele não é capaz de assumir a responsabilidade de um tratamento, como irá cumprir com promessas maiores, como ficar limpo aqui fora. Infelizmente a hora dele ainda não chegou. Ele ainda gostar de usar. Acabou de casar com ela e ainda está em lua de mel. Como eu posso querer separar um “casal” apaixonado. Impossível né?!
Entristeço-me com isso, mas, essa é uma escolha dele. Em que posso interferir?

Continuarei seguindo o meu caminho, pedindo a Deus que um dia mostre a ele qual é o seu...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mulher, o sexo frágil...

Essa semana faz 7 meses que estamos separados. Eu continuo caminhando da minha maneira e é claro com as minhas recaídas também...Esses últimos dias não têm sido fáceis,misturou TPM com codependência e virou uma salada só. Tenho andado muito irritada, sentimental e com vontade de chorar a todo momento. Bendito seja o sexo frágil! Estou precisando de colo, cuidados e alguém que me entenda de verdade.  Quanta coisa passa pela minha cabeça e quantas vezes acho que vou ficar louca!
Meu DQ tem me procurado por esses últimos dias e talvez por isso eu esteja tendo certos tipos de recaída. Tenho muita vontade de tirá-lo desse fundo de poço e quando enxergo a minha impotência entristeço-me.
Sei que não sou capaz de nada e por isso tenho que tentar olhar para a MINHA vida, porém confesso que esse é um exercício difícil, mas, pelo menos tenho tentado.
Me sinto fraca e as vezes egoísta.
Sei que lutar para salvar a própria pele não tem nada a ver com egoísmo, mas, ainda me deixo levar por algumas manipulações.
Sei que preciso me amar em primeiro lugar, para depois amar ao outro e sinto dizer, mas, ainda não me sinto amada. Ainda não dei o meu melhor. Tenho caminhado em passos lentos, tenho progredido, com certeza, mas ainda não atingi o meu objetivo.
O meu objetivo de amor próprio é aquele em que chegará o dia que direi "não" sem sentir nenhuma culpa por isso, deixarei de ser controlada e assumirei o controle da minha vida, não permitirei que os meus limites sejam ultrapassados, fazendo de mim a pessoa mais importante e a minha vida a única pela qual sou responsável. Por vezes, esses objetivos parecem, para mim, impossíveis, porém prefiro acreditar que vivendo um dia após o outro eu chegarei lá. A caminhada faz parte do trajeto.
Esses dias andei me questionando sobre o real sentimento que tenho pelo meu DQ, será que é amor ou codependência? Posso estar errada, mas, acredito que o que eu vivi até aqui foi somente codependência. Eu não me respeitei, eu fiz coisas que não me agradavam para satisfazer as necessidades do outro e consequentemente não me sentir culpada pela infelicidade dele, afinal, eu poderia ser infeliz, mas, ele jamais!
Eu me anulei, eu deixei de existir, assumi a identidade dele e agora esse processo de volta não está sendo fácil, dói demais ter que admitir que eu só vivi aquilo porque EU me permiti. Mas, apesar de doer sei que esse é o único caminho. Por isso eu digo, se existia amor era um amor doente, nocivo. E quanto a ele, como ele poderia me amar? Ele não ama nem a ele mesmo. Não podemos dar aos outros o que não temos dentro de nós. O nosso relacionamento era o famoso relacionamento tóxico. infelizmente!
A cada recaída dele, eu me machucava mais pelas situações em que elas ocorriam e pelas mentiras que ele contava... Eu o-de-io mentiras. Quer se tornar meu inimigo é só eu pegar na mentira.... Essas e outras coisas foram minando a nossa relação. Eu me sentia magoada, mas, tinha medo de me expor demais e acabar ocasionando outra recaída. Já carregava muitaas culpas nas minhas costas, não queria mais essa. Hoje sei que não tenho o poder de fazer ele frear o uso, mas, naquela época eu não entendia isso. Eu me sentia muito magoada, mas, ele sempre queria passar "literalmente" por cima daquilo e com isso sentia que ele passava por cima de mim também, pois, não dava atenção aos meus sentimentos.
Eu ainda sinto muita mágoa e quando lembro dos momentos terríveis, tenho vontade de enfiar a cabeça dentro de um buraco e ficar lá...dói e dói muito. Tenho, todos os dias, pedido a DEus que me dê sabedoria para liberar o perdão definitivamente para que quando eu olhar para a ferida, ela não doa mais, e sim que fique ali somente como uma cicatriz, uma lembrança do que eu já passei. Eu nunca vou esquecer, mas, eu preciso perdoar.
Todos os dias ele me liga e todos os dias eu me lembro do que já passei ao lado dele e tenho a certeza de que não quero nunca mais aquela vida. Como já falei aqui, eu quero ser cuidada e não cuidar. Eu quero um marido que me veja como a parte frágil da história e não o inverso.
Mulheres, nós somos sim a parte mais frágil do relacionamento, a nossa função é a de ajudar os nossos cônjuges e não de cuidar...Essa parte é deles. O homem precisa ser o provedor da casa, aquele que sustenta, aquele que sabe liderar com coerência, aquele que ama, aquele que se importa com as suas necessidades, aquele que educa bem os seus filhos, não só com palavras ou atitudes, mas também, com exemplos. O que eu vejo hoje é muita inversão de papéis, as mulheres assumindo a liderança e fazendo as duas partes e isso, com certeza, nós já sabemos onde vai parar.
Os homens estão amolecendo e alguns viram uns verdadeiros "bananas" porque não têm atitudes, não têm liderança. Caminham sempre na dependência da mulher.
Uma vez, logo depois de uma recaída dele, o Pr. pegou as nossas alianças e colocou uma dentro da outra, a minha por ser menor, é claro, ficou dentro da dele. O Pr. nos disse o seguinte: Sabe porque a aliança dela ficou dentro da sua? Porque ela é a parte frágil. Sabe porque a sua aliança ficou por fora da dela, protegendo toda a sua volta? Porque você precisa cuidar dela.
DE fato, ele não cuidou de mim como deveria, mas, também não posso colocar toda a responsabilidade por cima dele, eu também tenho a minha parcela de culpa. Sabe por que? Eu me adiantava aos fatos, problemas e respectivas soluções. As vezes me achava prepotente ao me considerar mais capaz que ele. Resumindo, eu também não dei espaço para ele assumir a postura dele dentro do nosso casamento. Eu não me permiti porque simplesmente, na minha cabeça, tinha a CERTEZA de que ele fracassaria. Com isso, eu ajudei ele a caminhar a trilha da dependência por mim, o que na minha cabeça doente era cômodo, porque assim ele precisaria de mim e não me deixaria jamais.A minha necessidade de ser necessária na vida dele era quase como uma droga. Eu precisava daquilo para manter o nosso relacionamento.
Eu o controlei, manipulei, menosprezei e sufoquei. Tudo em nome de um relacionamento doente. Eu não permiti que ele vivesse a vida dele e não permiti viver a minha.
Conclusão da história: Eu queria cuidar da vida dele, negligenciava a minha e não conseguia dar conta de nenhuma das duas. Era um ciclo simplesmente interminável.
Sei que nada é por acaso e as experiências dolorosas, com certeza, trazem mais aprendizado que as boas experiências, pois, é na dor que somos moldados. Tenho certeza de que a história toda com o desenrolar até aqui tem um propósito, posso até não entender agora, mas, sei que no futuro as peças se encaixarão.