quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mulher, o sexo frágil...

Essa semana faz 7 meses que estamos separados. Eu continuo caminhando da minha maneira e é claro com as minhas recaídas também...Esses últimos dias não têm sido fáceis,misturou TPM com codependência e virou uma salada só. Tenho andado muito irritada, sentimental e com vontade de chorar a todo momento. Bendito seja o sexo frágil! Estou precisando de colo, cuidados e alguém que me entenda de verdade.  Quanta coisa passa pela minha cabeça e quantas vezes acho que vou ficar louca!
Meu DQ tem me procurado por esses últimos dias e talvez por isso eu esteja tendo certos tipos de recaída. Tenho muita vontade de tirá-lo desse fundo de poço e quando enxergo a minha impotência entristeço-me.
Sei que não sou capaz de nada e por isso tenho que tentar olhar para a MINHA vida, porém confesso que esse é um exercício difícil, mas, pelo menos tenho tentado.
Me sinto fraca e as vezes egoísta.
Sei que lutar para salvar a própria pele não tem nada a ver com egoísmo, mas, ainda me deixo levar por algumas manipulações.
Sei que preciso me amar em primeiro lugar, para depois amar ao outro e sinto dizer, mas, ainda não me sinto amada. Ainda não dei o meu melhor. Tenho caminhado em passos lentos, tenho progredido, com certeza, mas ainda não atingi o meu objetivo.
O meu objetivo de amor próprio é aquele em que chegará o dia que direi "não" sem sentir nenhuma culpa por isso, deixarei de ser controlada e assumirei o controle da minha vida, não permitirei que os meus limites sejam ultrapassados, fazendo de mim a pessoa mais importante e a minha vida a única pela qual sou responsável. Por vezes, esses objetivos parecem, para mim, impossíveis, porém prefiro acreditar que vivendo um dia após o outro eu chegarei lá. A caminhada faz parte do trajeto.
Esses dias andei me questionando sobre o real sentimento que tenho pelo meu DQ, será que é amor ou codependência? Posso estar errada, mas, acredito que o que eu vivi até aqui foi somente codependência. Eu não me respeitei, eu fiz coisas que não me agradavam para satisfazer as necessidades do outro e consequentemente não me sentir culpada pela infelicidade dele, afinal, eu poderia ser infeliz, mas, ele jamais!
Eu me anulei, eu deixei de existir, assumi a identidade dele e agora esse processo de volta não está sendo fácil, dói demais ter que admitir que eu só vivi aquilo porque EU me permiti. Mas, apesar de doer sei que esse é o único caminho. Por isso eu digo, se existia amor era um amor doente, nocivo. E quanto a ele, como ele poderia me amar? Ele não ama nem a ele mesmo. Não podemos dar aos outros o que não temos dentro de nós. O nosso relacionamento era o famoso relacionamento tóxico. infelizmente!
A cada recaída dele, eu me machucava mais pelas situações em que elas ocorriam e pelas mentiras que ele contava... Eu o-de-io mentiras. Quer se tornar meu inimigo é só eu pegar na mentira.... Essas e outras coisas foram minando a nossa relação. Eu me sentia magoada, mas, tinha medo de me expor demais e acabar ocasionando outra recaída. Já carregava muitaas culpas nas minhas costas, não queria mais essa. Hoje sei que não tenho o poder de fazer ele frear o uso, mas, naquela época eu não entendia isso. Eu me sentia muito magoada, mas, ele sempre queria passar "literalmente" por cima daquilo e com isso sentia que ele passava por cima de mim também, pois, não dava atenção aos meus sentimentos.
Eu ainda sinto muita mágoa e quando lembro dos momentos terríveis, tenho vontade de enfiar a cabeça dentro de um buraco e ficar lá...dói e dói muito. Tenho, todos os dias, pedido a DEus que me dê sabedoria para liberar o perdão definitivamente para que quando eu olhar para a ferida, ela não doa mais, e sim que fique ali somente como uma cicatriz, uma lembrança do que eu já passei. Eu nunca vou esquecer, mas, eu preciso perdoar.
Todos os dias ele me liga e todos os dias eu me lembro do que já passei ao lado dele e tenho a certeza de que não quero nunca mais aquela vida. Como já falei aqui, eu quero ser cuidada e não cuidar. Eu quero um marido que me veja como a parte frágil da história e não o inverso.
Mulheres, nós somos sim a parte mais frágil do relacionamento, a nossa função é a de ajudar os nossos cônjuges e não de cuidar...Essa parte é deles. O homem precisa ser o provedor da casa, aquele que sustenta, aquele que sabe liderar com coerência, aquele que ama, aquele que se importa com as suas necessidades, aquele que educa bem os seus filhos, não só com palavras ou atitudes, mas também, com exemplos. O que eu vejo hoje é muita inversão de papéis, as mulheres assumindo a liderança e fazendo as duas partes e isso, com certeza, nós já sabemos onde vai parar.
Os homens estão amolecendo e alguns viram uns verdadeiros "bananas" porque não têm atitudes, não têm liderança. Caminham sempre na dependência da mulher.
Uma vez, logo depois de uma recaída dele, o Pr. pegou as nossas alianças e colocou uma dentro da outra, a minha por ser menor, é claro, ficou dentro da dele. O Pr. nos disse o seguinte: Sabe porque a aliança dela ficou dentro da sua? Porque ela é a parte frágil. Sabe porque a sua aliança ficou por fora da dela, protegendo toda a sua volta? Porque você precisa cuidar dela.
DE fato, ele não cuidou de mim como deveria, mas, também não posso colocar toda a responsabilidade por cima dele, eu também tenho a minha parcela de culpa. Sabe por que? Eu me adiantava aos fatos, problemas e respectivas soluções. As vezes me achava prepotente ao me considerar mais capaz que ele. Resumindo, eu também não dei espaço para ele assumir a postura dele dentro do nosso casamento. Eu não me permiti porque simplesmente, na minha cabeça, tinha a CERTEZA de que ele fracassaria. Com isso, eu ajudei ele a caminhar a trilha da dependência por mim, o que na minha cabeça doente era cômodo, porque assim ele precisaria de mim e não me deixaria jamais.A minha necessidade de ser necessária na vida dele era quase como uma droga. Eu precisava daquilo para manter o nosso relacionamento.
Eu o controlei, manipulei, menosprezei e sufoquei. Tudo em nome de um relacionamento doente. Eu não permiti que ele vivesse a vida dele e não permiti viver a minha.
Conclusão da história: Eu queria cuidar da vida dele, negligenciava a minha e não conseguia dar conta de nenhuma das duas. Era um ciclo simplesmente interminável.
Sei que nada é por acaso e as experiências dolorosas, com certeza, trazem mais aprendizado que as boas experiências, pois, é na dor que somos moldados. Tenho certeza de que a história toda com o desenrolar até aqui tem um propósito, posso até não entender agora, mas, sei que no futuro as peças se encaixarão.