Minha vida tem seguido um fluxo legal, voltei pra academia e estou bem com o meu corpo, esse ano participarei da encenação da Paixão de Cristo em minha igreja e tenho ensaiado bastante, o que ocupa a minha cabeça e, além disso, volto a fazer cursinho preparatório para um concurso agora em março, ou seja, o meu foco “está” mudando, digo está, porque ainda não mudou completamente. Ainda penso muito nele e com isso a minha prepotência aflora dizendo que eu sou capaz de transformá-lo, se tão somente, der mais uma chance para que ele me mostre isso. Afinal, comigo as coisas ficam mais fáceis né?! Pois seria uma motivação a mais para ele deixar o uso! Confesso que, de vez em quando, esses pensamentos assombram a minha rotininha por aqui.
Ele ainda me procura todos os dias dizendo que me ama e que vai ser melhor de agora em diante, afinal, agora que ele tem Jesus verdadeiramente em seu coração, ele é um novo homem. Já ouvi essa história outras vezes.
Na segunda-feira de carnaval (11/02) levei ele para a clínica, pois, ele pediu para ser internado. Me ligou às 04h00 da manhã, na verdade, seu pai quem falou comigo. Combinamos então de ir para a clínica por volta de 06h30 da manhã. Ok! Passei lá e fui leva-lo. É uma clínica evangélica, que não se permite nem o uso do cigarro. Ciente disso ele resolveu ficar.
Voltei para a casa com seu pai e no meio do caminho viemos conversando sobre a situação e que assim seria melhor para ele, pois aqui fora ele está usando demais e chegava a sair até 3 vezes durante uma noite para buscar mais entorpecentes e consumir a noite inteira dentro do quarto. Essa era a situação! Disse ao pai dele que ele iria pedir para sair e que nessa hora ele precisava ser rígido com ele para o seu próprio bem. Ele disse entender e que precisava sim agir dessa menira.
Pois bem, a belezinha quando se internou disse estar resfriado, mas, que mesmo assim queria ficar lá porque se não ele sairia para fazer coisa errada, como ele diz. O que acontece é que no outro dia, quando meu sogro foi levar umas roupas a mais lá na clínica, ele pediu para o pai leva-lo até um hospital, pois, ele estava muito mal e não estava conseguindo ficar lá. O que o pai fez? Trouxe ele para casa com a promessa de que ele iria para o hospital e retornaria em seguida, no mesmo dia. Ele não foi para o hospital, tão pouco retornou no mesmo dia. No dia seguinte, liguei na clínica e fiquei sabendo do ocorrido. Liguei para e ele me disse estar muito mal, que nem conseguia ficar em pé. Fui até sua casa, ver o que estava ocorrendo, de verdade pensei em pneumonia, afinal o crack atinge diretamente os pulmões. Perguntei se tinha ido ao médico e ele disse que não, mas, que iria naquele dia e voltaria para a clínica. Falei pra ele: Se arruma que vou te levar. Assim foi, ele estava apenas com sinusite. Lá no hospital, ele queria que eu ficasse dando a mão pra ele, tratando com carinho, como se realmente fosse sua esposa. Claro que não aceitei e então quando chegamos em casa, ele já tinha um motivo para não querer voltar para a clínica e começou a dizer que só estava indo por minha causa e etc... Disse que não precisava de clínica, pois, por minha causa ele já tinha até parado de fumar. Ok, claro que acreditei né?!haha...Fui embora com ele dizendo que não precisava ficar lá, mas, que iria voltar no dia seguinte. Mas, como Deus é bom demais! A verdade logo surgiu. Sua habilitação ficou no meu carro e por isso voltei até sua casa para devolvê-la e adivinhem?! Ele tinha saído. Falou para o pai que foi comprar cigarro! Acho que ele pensa que está escrito: IDIOTA na minha testa, não é possível.
No outro dia ele me ligou com a cara mais deslavada do mundo, se achando o dono da razão e perguntando se eu não tinha nada pra falar, em um tom de ignorância, como se eu tivesse feito tudo errado na noite anterior. Eu disse que não tinha nada pra falar com ele e pensei que ele nem fosse mais para a clínica. Ele foi, maaaaaaaaaaaaaass, só ficou dois dias e veio embora, colocando mil e um defeitos nos internos e nos monitores. Só ele que é o bom e papai o trouxe novamente para casa. Agora ele está lá, dizendo que vai conseguir um dia de cada vez e todas as histórias que eu já conheço para cima de mim.
A verdade é que ele ainda não quer e enquanto ele não quiser, não tem santo que o faça entrar em recuperação Quando ele foi para a clínica, confesso que esperei surgir um novo homem, mas, quebrei a cara e cheguei a conclusão de que se ele não é capaz de assumir a responsabilidade de um tratamento, como irá cumprir com promessas maiores, como ficar limpo aqui fora. Infelizmente a hora dele ainda não chegou. Ele ainda gostar de usar. Acabou de casar com ela e ainda está em lua de mel. Como eu posso querer separar um “casal” apaixonado. Impossível né?!
Entristeço-me com isso, mas, essa é uma escolha dele. Em que posso interferir?
Continuarei
seguindo o meu caminho, pedindo a Deus que um dia mostre a ele qual é o seu...